26 março, 2010

Carência? Carência.

A mais simples passada de olhos torna-se o olhar mais longo e profundo já oferecido.
O mais fraco e compreensível abraço torna-se a mais forte demonstração de afeto.
O mais educado sorriso torna-se a mais clara e brilhante forma de simplicidade.
Seria tudo isso tão ruim como todos dizem?
Enxergar tudo e todos sem o peso da maldade e da desconfiança, como se tudo em sua volta estivesse acontecendo por uma boa razão, por um ótimo fim.
Passamos a caminhar nas bordas do enorme precipício da decepção, mas não vale a pena o risco? Saber se é ou se não é por estar lá, ao invés de usar dos fatos sem nunca ao menos ter chegado perto?
Tudo fica muito mais confuso ao pensar no que é certo, no que é errado, o que é bom, ou o que faz mal.
Somos todos seres pensantes e sabemos exatamente a resposta para todas essas pequenas perguntas, e não será a primeira e muito menos a ultima vez que irei cair nesse precipício até alguém me puxar com toda a força para fora.
Às vezes nos concentramos tanto no poder da mente para nossa vida externa que esquecemos totalmente do poder do coração para com nós mesmos.

12 março, 2010

Aparecida

Seu olhar profundo, seu sorriso mais do que atraente, sua simpatia contagiante, porém apenas imagens, apenas palavras.
De onde a conheço? Aonde já a vi?
Talvez seja um sonho, talvez seja uma fantasia, mas algo bom de se presenciar.
Como posso me deixar levar assim, por algo que nem mesmo sei se existe?
Ansiedade, desejo, vontade de um novo bom dia, de um possível boa noite.
Sentir cada vibração do corpo se voltando aos meus pensamentos, imaginações.
Uma realidade diferente de um sonho, ou um sonho totalmente diferente da minha realidade?
Já há esperanças derramadas em um pote que ao menos foi aberto, que ao menos foi visto, que eu ao menos conheço.
Posso sentir algo que dificilmente me recordo de já ter sentido, dessa forma, no meio do nada, como se meus pensamentos quizessem me mostrar algo.
Espero, com toda minha sinceridade, que de uma vez por todas, meus instintos, meu destino, estejam me colocando na estrada que preciso estar, ao lado de alguem.

09 março, 2010

O ideal

Sentimentos indispensáveis, pensamentos inevitáveis, vontades incontroláveis. Sensações que sozinho ninguém pode saciar, que sozinho ninguém pode achar.
Não há melhor momento para deixar sua alma em ordem consigo mesmo se não á solidão, porém não há pior momento para se sentir sozinho, do que a solidão.
A gratidão pelo amor da família, pela sincera amizade, pela mais pura compreensão é inigualável. São presentes abençoados, os quais são únicos na vida.
Mas e o amor? A jóia mais cara, mais difícil de achar, de se manter, de saber guardar.
Por onde procuro? Para quem pergunto? Por quanto tempo espero?
Já disse, e já foi me dito, que eu havia encontrado, porém não se passou de ilusões.
Ilusões que se tornaram mais distantes pelo tempo, pela vivencia, por erros.
Deixo transparecer minha felicidade ao ver muitos e muitas a minha volta acharem quem procuravam, mas não há palavras para expressar minha tristeza ao ver todo o império construído ser destruído aos poucos, sendo dilacerado pela modernidade, sendo apagado pelo ciúme, e sendo esquecido pela tentação alheia.
Abri meu coração ao destino, deixei meu coração para Deus, na espera do outro par de mãos para re-construir o meu império, algo que nunca consegui acabar, que ao menos cheguei ao Jardim.
Viva a vida, pois ela não é um jogo, mas uma conquista.

03 março, 2010

Descartado da Razão

Um fervor no sangue, uma sensação de que cada veia de que cada artéria se desmancha.
Os olhos que não piscam, e nada na sua frente parece real, se fixando apenas em cada imagem do seu próprio pensamento.
As pernas tremem como se cada batida do seu acelerado coração repercutisse em cada fibra muscular do seu corpo.
Seria mais fácil aceitar ou resistir a toda esta situação como se em um piscar de olhos você pudesse voltar ao calmo anoitecer do dia anterior?
Porque dizer que a vida não para quando tudo e todos se baseiam no ponteiro de um relógio e em pobres pedaços de papel, onde dariam a vida por eles, e absolutamente nada do que você faz e já fez por eles não tem valor o suficiente?
Não seria tudo mais fácil, mais compreensível, se baseado apenas no ato de viver, de respirar e sentir cada centímetro do nosso pulmão se encher da energia necessária para fechar os olhos e ir atrás de nossos sonhos?
Pobres homens, pobre eu, pobre nós, que apagamos a imagem mais pura de se viver a vida.